Entrevista com a organização do Festival MUSA Cascais
09 - may. - 17
O festival que decorre entre 29 de junho e 1 de julho na praia de Carcavelos volta a juntar grandes nomes do reggae internacional, com destaque para o jamaicano Horace Andy. A organização respondeu às perguntas da BOL.
Festival MUSA Cascais, de 29 de junho a 1 de julho
Como surgiu a ideia de criar um festival assente numa vertente mais social de angariação de fundos?
Tudo começou em 1999 com um grupo de amigos que queriam fazer uma fanzine (jornal amador com artigos de diversos autores). Na altura, pensou-se que para editar uma publicação deveríamos ter uma estrutura por trás que ajudasse a organizar todo o processo de uma melhor forma - uma associação. Assim, decidimos criar um evento para angariar fundos para formalizarmos a Criativa. Queríamos acima de tudo ter um evento alternativo ao que as pessoas estavam habituadas, com música não comercial. Surgiu assim a primeira edição do MUSA.
Como é que tudo isto funciona?
Com muita dedicação por parte de todos os envolvidos na organização. Trata-se de um evento sem fins lucrativos e totalmente baseado em voluntariado. Isto implica muitas reuniões, muitas noites mal dormidas ou mesmo sem dormir e um grande empenho para que toda a logística inerente a um evento desta dimensão funcione de uma forma organizada e coerente. Muitas pessoas chegam a tirar férias dos seus trabalhos para poderem ajudar na realização do MUSA.
O MUSA junta a música e a criatividade numa experiência de cidadania global. O que é que isto significa?
Inicialmente, MUSA queria dizer Música Urbana e Sons Alternativos. Desde há alguns anos, MUSA quer dizer MUSA. É um conceito, é uma forma de estar que junta a música e a criatividade numa experiência de cidadania global, de respeito e comunhão, com o objetivo de se tornar numa inspiração para um estilo de vida mais sustentável.
O vosso conceito é “Por um planeta saudável e boa música”. De que forma o festival procura relacionar ambos?
Relativamente ao meio ambiente, tivemos alguns pré-eventos, como um ciclo de cinema ao ar livre e o maior logótipo feito na água por surfistas. Plantamos árvores com regularidade e já organizámos várias edições da “Remada Musa Cascais”. Estamos muito focados no oceano pois mais de metade do oxigénio que respiramos provém do mesmo. Estes pré-eventos são muito importantes para sensibilizar as pessoas para a proteção do meio ambiente e é aqui que fazemos a correlação com a boa música. O reggae traz-nos uma positividade e uma mensagem de preocupação e união com o meio ambiente.
Que bandas se destacam na edição deste ano?
O MUSA é paragem obrigatória para os grandes nomes da música reggae internacional e este ano contamos com algumas confirmações de luxo: os jamaicanos Horace Andy, The Skatalites e Fantan Mojah e uma das maiores bandas brasileiras de reggae, os Ponto de Equilíbrio. Pelo palco também vai passar o artista alemão Gentleman.
Com uma oferta tão vasta de festivais em todo o país, o MUSA CASCAIS aposta no reggae para tentar agarrar outros públicos?
Praia a 10 metros do recinto, surf, sol e boas vibrações são os ingredientes perfeitos para o reggae e encaixam perfeitamente dentro de todo o conceito MUSA. Falamos de um estilo musical extremamente ligado à terra, às raízes culturais, à natureza e ao respeito por tudo o que nos rodeia. O nosso objetivo é oferecer ao nosso público uma experiência cultural e ao mesmo tempo fazê-lo sentir que contribui para um mundo melhor. Na edição passada tivemos cerca de 30.000 espectadores e este ano esperamos entre 35.000 a 40.000 espectadores.
Haverá novidades no recinto e mais atividades disponíveis?
Vencemos recentemente um importante prémio ibérico que nos trouxe ainda mais prestígio a nível internacional, o Best Camping Site, atribuído pela Iberian Festival Awards. Porque com o prestígio vem a responsabilidade, pretendemos melhorar ainda mais as condições que oferecemos aos nossos festivaleiros. Atempadamente revelaremos mais novidades aos nossos fãs.
Há quatro edições que têm vindo a trabalhar com a BOL. Em que é que a plataforma online mudou a vossa relação com o público e a dinâmica de organização do evento?
Estamos muito satisfeitos com a parceria com a BOL, quer em termos de toda a gestão da bilhética, que tem sido bastante mais organizada e produtiva, quer relativamente à ativação do bilhete online. É este o futuro, menos papel é igual a mais sustentabilidade. O nosso objetivo é que o “e-ticket” seja uma realidade cada vez mais preponderante.